Image: Projeto Albermale: Pesquisa ecológica e operação de viveiro

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Projeto Albermale: Pesquisa ecológica e operação de viveiro

Localização
Salar do Atacama, Chile
Cliente
Albermarle
Cronograma
2020 - 2025

No meio de uma planície salgada, no deserto mais seco do planeta, a Ausenco e seu cliente Albemarle – um dos maiores produtores mundiais de lítio – construíram um viveiro de alta tecnologia para estudar as espécies nativas associadas a este frágil ecossistema. Após apenas 5 anos de estudo das espécies vegetais únicas do Salar do Atacama – local deste notável viveiro –, foram feitos avanços importantes na compreensão dessas espécies e do seu habitat.

A equipe de biodiversidade da Ausenco foi responsável pelo projeto, implementação e operação do viveiro, que foi inaugurado em novembro de 2021. Em janeiro de 2023, o projeto recebeu o Prêmio Pulso 2022 HUB de Sustentabilidade, selecionado entre mais de 150 iniciativas. O prêmio foi na categoria “Ação Climática e Energia Acessível, Segura, Sustentável e Moderna” dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Os resultados significativos alcançados até o momento são fruto de uma estreita relação e troca de conhecimento entre a equipe de engenharia, cientistas e membros da comunidade indígena de Peine, que compartilharam seus conhecimentos tradicionais, transmitidos por seus ancestrais.

“O projeto foi concebido para melhorar o conhecimento dos ecossistemas do Salar do Atacama e suas espécies”, explica Patricio Olivares, engenheiro florestal e líder da prática de biodiversidade da Ausenco. “Estamos aprendendo sobre novas espécies, como reproduzi-las, as condições do habitat em que vivem e as relações que têm com variáveis como umidade e salinidade do solo”.

A operação da Albemarle está localizada no Salar do Atacama, no chamado Triângulo do Lítio da América do Sul. O Atacama é o maior salar do Chile e a maior e mais pura fonte ativa de lítio do mundo. Estima-se que contenha 33% das reservas mundiais de lítio. A Albemarle, com mais de 40 anos de experiência no Chile, tem sido pioneira no desenvolvimento da indústria local de lítio e um modelo de relações comunitárias baseado no diálogo, na sustentabilidade e na geração de valor social.

O Salar do Atacama é também uma área de alta sensibilidade ecológica. Por isso, em 2016, a Albemarle se comprometeu voluntariamente a fornecer novos conhecimentos sobre espécies vegetais e seus ecossistemas por meio de um projeto chamado “Estudo da história de vida das espécies vegetais azonais do Salar de Atacama”, do qual o viveiro faz parte.

Albermarle biodiversity project in Chile

O viveiro tem capacidade para produzir 5.000 plantas, com irrigação proveniente da recirculação de águas cinzas da estação de tratamento da Albemarle – um processo que contribui para o uso eficiente e sustentável dos recursos hídricos.

Todas as espécies nativas produzidas no viveiro são ecologicamente importantes e são regularmente utilizadas pelas comunidades locais ao redor do Salar para alimentação, construção, medicina, artesanato e ração animal. Algumas espécies produzidas no viveiro incluem: Sarcocornia andina, Triglochin concinna, Geoffroea decorticans (chañar), Prosopis chilensis (algarrobo) e Alcantholippia deserticola (Rica Rica).

Além de desenvolver um calendário do ciclo fenológico de cada espécie, foram realizados testes laboratoriais para avaliar em que condições de disponibilidade de água e salinidade as plantas sobrevivem e crescem, e as diferentes condições de germinação ideais para as sementes de cada espécie. O viveiro permite a pesquisa sobre a restauração de ecossistemas em condições climáticas e de substrato extremas, bem como estudos sobre o comportamento e a resposta das plantas em diferentes condições bióticas e abióticas. Como resultado dessa pesquisa, foi desenvolvido um protocolo metodológico para a reprodução sexual e assexuada dessas espécies e outro para a restauração ecológica.

O projeto também incluiu a transferência de conhecimento para as 18 comunidades indígenas ao redor do Salar do Atacama, agrupadas pelo Conselho dos Povos Atacameños.

O projeto é operado por trabalhadores da comunidade indígena de Peine, sob a supervisão e orientação de um engenheiro florestal especialista em conservação e um botânico especializado em vegas (pântanos salgados). Entregamos o projeto em maio de 2025, e tanto o cliente quanto a comunidade continuam trabalhando no intercâmbio de conhecimento científico com os povos nativos e buscando a melhor maneira de tornar o viveiro um ponto de interesse para quem visita a Planta do Salar do Atacama.